terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Grande Sertão Pereiras


Era um rapaz magro, mas muito saudável da Bahia que deu Popó ao boxe e grandes Dorival Caymmi e Jorge Amado para as artes. O jovem cresceu e ficou conhecido como Sertão, era ríspido e árido assim como sua cidadezinha interiorana tão diferente da badalada Porto Seguro ou de Salvador que parece um cenário do Projac.

A nobre arte lhe deu fama e sucesso como até os mais medíocres sonham. Conquistou o trono mundial. Entretanto o sonho se acabou e esse conto de fadas falhou e não pelas maldades de uma rainha má ou de um empresário inescrupuloso, mas pela própria inconseqüência do príncipe.

Seu nome pertenceu à nobreza junto com Jofre, Oliveira e Freitas, mas foi rápido como uma estrela cadente. Hoje ele não desafia mais os ares para cerrar punhos contra campeões de outras pátrias. Para ele sobrou um ginásio triste e decante do qual é o guardião e até um reflexo do lugar.

O nordeste sempre vívido e colorido tornou-se cinzento e seu maior cangaceiro não pode mais erguer a peixeira. Os coronéis agora procuram um novo galo de rinha que os levem ao ouro, porém enquanto isso não acontece abusam dos covardes que se vestem de guerreiros em terras estrangeiras.

Foto: Valdemir Pereira, o Sertão, campeão peso pena pela FIB