quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Pior lutador prepara aposentadoria


Após 299 lutas Peter Buckley se parte para a última de uma carreira conhecida por suas derrotas

Archie Moore começou a lutar em 1935 e foi até 1963, era um lutador de um período no qual era comum se fazer mais de 10 apresentações em um ano. Em 1937, o lendário campeão lutou 15 vezes. Ao todo seu cartel contém 220 apresentações sendo 185 vitórias, 131 por nocaute, 23 derrotas e 11 empates, mesmo com esse pedigree todo “perde” em vezes que subiu ao ringue para Peter Buckley que tem 299 no seu currículo.

Hozumi Hasegawa considerado o melhor galo da atualidade e dono do boldrié da WBC tem 25 vitórias com 9 nocautes, enquanto Steve Cunningham um dos principais nomes dos cruzadores e dono da coroa da IBF conta com 21 apresentações de saldo positivo sendo 11 pela via rápida, porém ambos perdem para o britânico Peter Buckley com suas 31 suadas conquistas.

Buckley de longe ganha no número de derrotas também afinal são 256 ao todo as quais soma-se 12 empates, entretanto, ele tem o orgulho de ter terminado 246 dessas perdas consciente, foram apenas 10 nocautes sofridos.

O super-pena se prepara para enfrentar em sua 300ª peleja Matin Mohammad (0-0-1) no dia 31, sexta-feira em Birmingham no seu país. O irônico dele lutar com um novato é seu apelido de “O Professor”.

Buckley espera ministrar uma aula e terminar a carreira com uma vitória algo que ele não vê desde 2003, mas pensa: “vencendo, empatando ou ganhando esta é definitivamente minha última luta”.

Em sua estrada já foi escada até de campeões mundiais como Prince Naseem Hamed, Duke Mckenzie, Scott Harrison e Colin Mcmillan. Muitos e muitos pugilistas devem seus primeiros aplausos a ele.

Assim como o piloto Rubens Barrichello fez questão de bater o número de provas disputadas completando mais de 258 provas disputadas, Buckley vê na sua 300º luta um número especial e o encerramento de um ciclo.

O rapaz está ansioso por se apresentar numa cidade na qual não luta há anos e feliz por ter a presença de seus amigos na platéia. Seus olhos são aqueles dos azarões que apesar de sofrem muito com o boxe não largam dele, como o namorado que se decepciona muito com sua amada, mas sempre sorri ao vê-la.

Buckley cheio de coragem conclui para o site da BBC:

“O boxe foi bom para mim durante anos. Eu fui um jovem com muitos problemas com a polícia, um verdadeiro garoto problema. Entretanto o esporte me deu um foco na vida e me manteve direito”.

“Eu não sei o que farei quando tudo estiver terminado na sexta-feira, mas eu gostaria de continuar de alguma forma no boxe. Eu tive alguns poucos pontos altos no esporte, mas o que mais me deixou orgulhoso foi quando fui a Áustria e enfrentei Harald Geler pelo título Intercontinental da WBA.”

“Ele nocauteou algumas pessoas, mas não ele não era nada demais e eu tinha ele de jeito no nono assalto, mas perdi por pontos quando terminou o 12º”.

“Eu também tive pontos baixos, mas definitivamente não me arrependo de ter sido esmurrado na cara para viver”.


Matéria da BBC com Peter Buckley (ínclui vídeo)