domingo, 18 de dezembro de 2011

Precipício adia despedida


Adailton de Jesus / (Foto: Arquivo Pessoal)


No dia de ontem (17/12), o que era para ser um combate de despedida da trajetória de Adailton de Jesus, 34, o "Precipício" acabou não se concretizando. O rival e compatriota Denis de Barros, 32, é suspeito de entregar a luta. O combate foi em São Paulo e o público viu Adailton se desculpar, sua intenção era uma despedida sem ninguém se machucar e um bom exemplo de boxe aos espectadores.

Outro destaque foi que as normas da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) que visam a saúde do atleta não foram seguidas, pois Adailton fora nocauteado no dia 26 de novembro, há menos de um mês, no quarto assalto diante do mexicano Humberto Soto em combate feito no México. A entidade que monitorou o evento não mantém vinculos com a CBBoxe.

A CBBoxe, que é também responsável pelo boxe olímpico nacional, define que nos combates entre profissionais há um pra regulamento que explica claramente a necessidade de um período de repouso após sofrer nocaute:

"CAPÍTULO XXIII – PERÍODO DE AFASTAMENTO

Art. 133º – 1 NOCAUTE
Quando um Boxeador perder uma luta por KO, ficará impedido de lutar e treinar com luvas, por um período mínimo de dois meses.
Art. 134º – 2 NOCAUTES
Quando um Boxeador perder duas lutas no período de seis meses por KO, ficará impedido de lutar e treinar com luvas, por um período mínimo de seis meses a contar do segundo KO.
Art. 135º – 3 NOCAUTES
Quando um Boxeador perder três lutas no período de doze meses por KO, ficará impedido de lutar e treinar com luvas, por um período mínimo de um ano a contar do terceiro KO.
Art. 136º – Após quaisquer períodos de afastamento como descrito acima, o Boxeador deve fazer um exame médico antes de voltar a lutar.


Adailton partiu com vontade de promover um evento da despedida de sua respeitável carreira, porém a entidade presente no evento, não ligada à CBBoxe, poderia aguardar um tempo maior com o intuito de evitar um acidente ou até mesmo uma tragédia no ringue que felizmente não ocorreu.

Em 2010, faleceu o lutador Jefferson Gonçalo após combate no que pode ser considerada a maior tragédia do boxe nacional. A mesma entidade, que não segue as normas da Confederação, acompanhava o evento. O boxeador foi cobrado apenas pelos exames anuais, porém uma tomografia após a luta apontou que já subirá no ringue com uma lesão no cérebro.




 Jefferson Gonçalo / (Foto: Divulgação)