quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pugilistas olímpicos podem apresentar alterações nos fluidos cerebrais após lutas

Lutadores nas olimpíadas de Pequim 2008 / (Foto: divulgação)

Conforme o site Isaúde.net pugilistas amadores, olímpicos, podem sofrer alterações nos fluidos do cérebro após combates que indicam danos nas células nervosas. O resultado vem de um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, com 30 atletas de elite do país. O projeto teve apoio da Federação de Boxe da Suécia e os resultados estão disponíveis na publicação online PLoS ONE.

Segundo informações do site Alpha Galileo Foundation, o estudo mostra que sucessivos golpes contra a cabeça podem produzir a liberação de marcadores de lesão no fluido cerebral, de forma semelhante ao visto em outras formas de traumas na cabeça assim como doenças neurológicas como o Alzheimer.

A pesquisadora Dra. Sanna Neselius afirma que o estudo de sua equipe aponta que após os ataques alguns pugilistas apresentavam altas concentrações de quatro diferentes proteínas no fluido do cérebro e que todas indicavam danos nas células nervosas e ainda duas dessas proteínas mantinham índices elevados após o período de repouso. Dra. Neselius foi classificada como uma das melhores do mundo em sua época no boxe amador.

Dos pugilistas que participaram do projeto 80% apresentaram indícios de dano cerebral. Os voluntários estiveram em competições de elite do boxe sueco e fizeram ao menos 47 combates. Nenhum perdeu por nocaute, e apenas um se queixou de sintomas de dano cerebral após a contenda, dor de cabeça.

Dra. Neselius vê que os marcadores de lesão cerebral foram elevados para 80% dos pugilistas olímpicos, imediatamente após uma luta com resultado de um dano cerebral menor. Para ela a taxa elevada de marcadores de lesão no fluído cerebral, mesmo se passando dias de descanso em alguns boxeadores, dá margens a ser interpretada como dano ainda não curado ou permanente.

"Precisamos discutir os resultados e sobre como podemos aumentar a segurança médica para boxeadores, tanto durante o treino e como nas competições", avalia Dra. Neselius. "Eu ainda espero que os resultados sejam levados a sério por outras federações de artes marciais, onde as normas de segurança não são tão bem definidas como no boxe. Os resultados também podem ser úteis quando se discute diretrizes de concussão", finaliza.

Fonte: Isaude.net

Via: Dr. Sergio Pastoulo - Doutores da Alegria