domingo, 12 de agosto de 2012

30 anos sem Salvador Sánchez

Vídeo da rede ABC

Pilotando em alta velocidade pela estrada o jovem deixou o mundo sem saber até onde chegaria seu potencial, com aquilo produzido em vida já se tornara referência, um herói para seu extenso grupo de seguidores. A morte do pugilista mexicano Salvador Sánchez em 12 de agosto de 1982 tem muitas semelhanças com a do ator James Dean (1931-1955), ambos morreram antes do ápice, aproveitando suas paixões, carros velozes, e coincidentemente eram dois Porsches.

Sanchéz tinha 23 anos quando faleceu. Além dos carros sua outra paixão era o pugilato e se dedicava ao ofício até mesmo nos momentos livres. Fazia sua corrida passando pelas plantações e ao ver os trabalhadores se lembrava do que poderia ter sido não fosse a habilidade com os punhos. Filho de família humilde com 10 irmãos apesar de toda a riqueza alcançada não esquecia suas origens.

Assim como seu Porsche 928, Sánchez reunia potência, velocidade e elegância em seus golpes e jeito de caminhar no ringue. Dono de jabs rápidos era um mestre na arte do contra-ataque. Muitos dos rivais deixaram o tablado com rostos inchados e ensanguentados.

A primeira e única derrota veio em 1977, pelas papeletas após 12 rounds para Antonio Becerra em disputa do então vago cinturão mexicano dos penas. Depois desta lição conquistou aos 20 anos o cinturão mundial da categoria pelo Conselho Mundial de Boxe (CMB) em 1980 superando o americano Danny "The Red" Lopez que vinha de 9 bem sucedidas defesas.

Lopez foi vítima de uma combinação de jabs rápidos que lembravam o arranque de um carro de corrida e precisos e impactantes direitas em contra-ataques, o ex-campeão ao 13º assalto estava com a face deformada e o árbitro optou por encerrar a contenda.

Ruben Castillo perdeu na pontuação, Lopez em revanche seria nocauteado no 14º giro, Patrick Ford foi superado na pontuação e o rival Juan LaPonte, do qual ficaria amigo, também não ultrapassaria Sánchez nos pontos. O ano de 1980 terminou com 4 defesas de sucesso para o mexicano. "Juanito" como era chamado por Sánchez no futuro se tornaria rei dos penas por seu mérito.

A entrada de Sánchez para o olimpo do boxe de fato se deu quando encarou o porto-riquenho Wilfredo "Bazooka" Gómez, campeão supergalo do CMB, que vinha com 33 vitórias sendo 32 por nocaute. Este capítulo da rivalidade México-Porto-Rico se deu em agosto de 1981, com Sánchez o enviando à lona no 1º assalto e o retalhando até o árbitro decretar nocaute técnico no 8º giro. Gómez é um dos maiores nocauteadores da história do esporte e também integrante do Hall da Fama.

O último ato do menino da pequena Tianguistenco, no México foi a sua 9º defesa de cinta em julho de 1982 encerrada com nocaute técnico no 15º giro sobre o legendário sul-africano Azumah Nelson, no Madison Square Garden em Nova York, o mais tradicional palco da nobre arte. 

Salvador Sánchez nasceu no dia 26 de fevereiro de 1956 e deixou um legado de 44 vitórias, 32 por nocaute, uma derrota e um empate. O sobrinho Salvador Sánchez II também mantém seu nome nos grandes ringues do mundo em uma carreira ainda observada, mas já elogiada.