quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Com a morte de Ted Boy, o Brasil perde sua infância

Éder Jofre (esq.), Pelé (centro) e Ted Boy Marino (dir.) / (foto: Ídolos dos Esportes)
 
 
 
Seu nome não era mais gritado há anos, era um senhor de idade já, o telecatch se perdeu no país como também o boxe. Ted Boy Marino faleceu hoje , era o mocinho das lutas de telecatch nas décadas de 1960 e 1970. Um carisma e populariedade que o colocava junto dos ídolos Éder Jofre, Pelé e Maria Esther Bueno, mesmo seu esporte não sendo competitivo, mas uma coreografia para entreter.
 
O encantamento acontecia quando atirava seu corpo ao ar projetando suas pernas contra o peito ou cabeça do adversário, era a "tesoura voadora", o rival caia como se tivesse levado um tiro à queima roupa. O espetáculo era de cenas plásticas e a maioria do público brasileiro acreditava que era verdade, um primo circense e alegre do vale-tudo onde os golpes eram para valer.
 
O Brasil viva um período mais romântico e o grande público identificava com facilidade os mocinhos dos bandidos, Ted Boy, na verdade Mario Marino,  nasceu na Calábria, Itália, pequeno foi para Argentina e então veio ao Brasil. Participou de programas de televisão em seu auge como os Trapalhões e até fez filmes, loiro de corpo atlético era o galã das matinês.
 
Atualmente a linha moral que define vilões e bandidos está mais tênue, há muitos anti-heróis, vilões e figuras controversas, mas poucos mocinhos genuínos nos ringues de boxe e telecath ou mesmo nos octógonos de MMA e sobra marketing. Com o falecimento de Ted Boy hoje na mesa de cirurgia, uma geração de brasileiros não perdeu só um de seus "bonzinhos", mas deu adeus para aquela lembrança de quem um dia poderia vir outro herói.
 
Ted Boy Marino / (foto: reprodução)